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O ambiente e o desenvolvimento sustentável

 

A troco de muitos milhões que, entretanto, se esvaíram na voracidade do apetite consumista, a União Europeia conseguiu dar cabo de produções locais com apreciáveis mais-valias, e entrámos no mercado fortemente concorrencial dos produtos lácteos de baixo preço e de linha branca.

A UNESCO associou à sua lista de reservas da Biosfera a Ilha das Flores. Juntamente com as Ilhas Graciosa e Corvo, classificadas em 2007, e com as paisagens da vinha da Ilha do Pico e de Angra do Heroísmo integradas na lista de Património Mundial da Humanidade, os Açores passam a ter um relevo internacional assinalável nos domínios da protecção do património construído e da qualidade dos ecossistemas.
A distinção, atribuída apenas a 553 reservas da biosfera em todo o mundo distribuídas por 107 países, constitui uma responsabilidade acrescida para as entidades públicas e para o cidadão comum.
Há que dar maior atenção aos aspectos paisagísticos, geológicos, ambientais e culturais, e às áreas marinhas vizinhas e, ao mesmo tempo, apostar neles para o desenvolvimento sustentável das pessoas.
As classificações da UNESCO abrem janelas de oportunidades ao turismo, de que os Açores nunca desfrutaram.
Estamos perante um novo paradigma de desenvolvimento, centrado nas virtualidades ambientais.
Há dias, Edgard Morin um dos maiores pensadores do nosso tempo, defendeu a redução do desenvolvimento industrial e o retorno às pequenas empresas, às quintas e à agricultura biológica.
A mudança “não se pode fazer imediatamente porque as mentes e as instituições não estão preparadas”, reconhece o sociólogo francês que propõe um desenvolvimento das ciências da terra, da ecologia e da cosmologia para fazer face à nova mentalidade.

A crise da agricultura
Nos últimos tempos, representantes da lavoura e organizações políticas têm contestado o fim das quotas leiteiras, que há uns anos, veementemente, contestavam. Não percebi ainda os interesses em jogo.
Tenho, no entanto, a convicção de que a agricultura açoriana, produtora de 30% do leite nacional e a indústria de lacticínios, fabricante de queijos tipo-bola, semelhantes aos produzidos no continente, terão os dias contados.
A troco de subsídios para quase tudo, embarcámos na produção desmedida de leite. Os fundos comunitários permitiram a construção de novas unidades industriais, mas não se salvaguardou,- até se proibiu! - as pequenas fabriquetas de queijo típico insular. Resultado: o tradicional queijo do Corvo, o tão afamado queijo do Pico curado em barricas de milho desapareceram e o próprio queijo de São Jorge, perdeu o sabor de outros tempos.
A troco de muitos milhões que, entretanto, se esvaíram na voracidade do apetite consumista, a União Europeia conseguiu dar cabo de produções locais com apreciáveis mais-valias, e entrámos no mercado fortemente concorrencial dos produtos lácteos de baixo preço e de linha branca.
O erro deve ser imputado às instâncias europeias, que só protegeu os grandes grupos e destruiu os nossos produtos locais muito apreciados.
Não admira que, neste tempo de crise e excesso de produção, o preço do leite e do queijo tenham desvalore e os agricultores vejam a vida andar para trás.

A melhor solução
Há, no entanto, uma saída de sucesso para a crise - a única para pequenas economias como a nossa: a agricultura biológica e a produção de queijos típicos, pelos processos tradicionais.
Voltar às quintas, como defende Morin, é valorizar a terra e a qualidade do meio-ambiente. Os produtos germinam numa economia sustentável assente no bem estar das pessoas e na protecção da natureza.
Importa pois, que demos importância a estes valores que a sociedade de consumo, na ânsia desmesurada de querer ter sempre mais, desvalorizou.
Este é o novo paradigma económico. Com ele também se atingirá novos mas diferentes patamares de progresso.

  

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